31 de março de 2010
Ausência
25 de março de 2010
Vou aproveitar o meu raríssimo bom humor matinal
24 de março de 2010
Word of the day...
22 de março de 2010
19 de março de 2010
Pedaço do meu coração
A pessoa mais feliz do mundo
A única capaz de ser pra mim
Um sonho em noite de insônia
Desejo que se satisfaz
Pede muito mais
Sentir gosto de cabelo, de suor
Tanto faz, tanto faz
E te chamam
Amor, amor, amor
Quebra
Em pedacinhos o meu coração de pedra
Quebra
Em pedacinhos o meu coração e guarda
Guarda
Um pedacinho do meu coração contigo
Fica com ele como prova de amor
16 de março de 2010
Terça-feira gorda
11 de março de 2010
O maior mau humor do mundo ou, o dia em que uma criança me salvou de mim.
10 de março de 2010
A cara da riqueza
8 de março de 2010
A gente merece!
Mãe, avó, tia, filha, namorada, sogra, esposa, chefe...
5 de março de 2010
4 de março de 2010
Alguém me explica
Adivinha quem é? O ciúme.
Pesquisa oferece duas sugestões para que uma relação não seja envenenada pelo ciúme
A CADA semana, ouço a queixa de alguém que encontra, no celular de seu parceiro ou parceira, a “prova” de uma traição: o ciúme vinga com a tecnologia, mas entendê-lo continua difícil.
Para os darwinistas, a evolução favoreceu os ciumentos: sobrevive a linhagem dos que evitam sustentar rebentos ilegítimos, poupando assim seus recursos. Problema: o argumento evolucionista vale só para o ciúme masculino (mesmo no pleistoceno, os homens que pulavam a cerca não voltavam grávidos para casa), e, restaria explicar, o ciúme feminino. Várias pesquisas mostram que todos, homens e mulheres, são mais sensíveis à infidelidade emocional (que não engravida ninguém) do que à infidelidade sexual.
Os cognitivistas, em geral, entendem o ciúme como uma reação contra algo que ameaça a relação e fere o amor-próprio do “traído”. Faz sentido, mas o ciúme (sobretudo patológico) nem sempre é reativo: às vezes, o ciumento inventa situações para alimentar seu ciúme.
Os terapeutas psicodinâmicos notam que o ciumento é mais preocupado consigo e com seus rivais do que com o objeto de seu amor. Eles reconhecem, grosso modo, dois tipos de ciúme, que ambos seriam restos neuróticos da infância:
1) Há o ciúme possessivo de quem não deixa a primeira infância, continua querendo ser um único corpo, junto com a mãe, e só enxerga ameaças – no pai, nos irmãos etc. Nesse estilo, uma tia minha passou a vida recluída pelo marido: não saía de casa, nenhum médico podia examiná-la. Por essa razão, eu não a conheci, mas minha avó dizia que o homem era louco e que ela era louca também, por aceitar.
2) Há o ciúme inseguro de quem nunca se sente “tranqüilamente” amável e está sempre revivendo as emoções da pré-puberdade, quando descobrimos que a mãe tem interesses diferentes da gente (experiência dolorosa, mas também prazerosa, pois, traindo-nos, ela nos liberta para desejarmos outras coisas).
Então? Pois é, acabo de ler uma pesquisa, de Visser e McDonald, no “British Journal of Social Psychology” (vol. 46, nº 2, junho 2007): “Swings and Roundabouts: Management of Jealousy in Heterosexual Swinging Couples” (suingue e carrosséis: administração do ciúme em casais heterossexuais que praticam o suingue).
Questão dos pesquisadores: há casais que praticam regularmente o suingue, a troca sexual de parceiros; como eles administram o ciúme?
Resultado previsível: os casais que praticam suingue transformam seu ciúme em excitação sexual. Essa transformação é mais fácil para o homem; na mulher, a visão do parceiro nos braços de outra produz facilmente insegurança. Seja como for, a transformação do ciúme em excitação sexual é possível à condição que seja garantida a confiança absoluta de ambos na coesão do casal. Garantida como?
1) A primazia do envolvimento afetivo sobre o sexual é permitida pela sinceridade. O parceiro é sempre o primeiro a saber: essa prioridade garante a superioridade do laço afetivo do casal sobre o laço sexual com outros. De fato, na infidelidade, o que mais causa aflição é que, por exemplo, o amante sabe do marido, e o marido não sabe do amante (diga para um amante que sua performance é comentada na mesa do casal, e ele, provavelmente, sumirá para sempre).
2) O próprio suingue, como fantasia constantemente elaborada pelos dois, consolida o laço do casal, torna-o muito mais importante do que os parceiros ocasionais de cada um.
Será que, dessas constatações, há como deduzir uma receita contra o ciúme ordinário?
Parece que sim: à condição de não precisar repetir os restos da infância mencionados antes, deve ser possível construir uma relação em que o ciúme seja tolerável. Para isso, segundo a pesquisa, é bom: 1) que as “infidelidades” (todas, não só as sexuais) sejam prenunciadas, ou seja, que elas existam primeiro na conversa do casal; 2) que os membros do casal compartilhem uma aventura, um sonho (voar de asa delta, aprender sânscrito ou praticar suingue, tanto faz).
Mais duas observações. A maior traição é a traição do próprio desejo da gente; portanto, pedir ao outro para não nos trair é menos importante do que lhe pedir para não trair a si mesmo. Até porque um parceiro ou uma parceira que traísse seu próprio desejo para ficar com a gente acabaria, a médio prazo, odiando-nos por ter-se traído.
Enfim, uma infidelidade não é razão para acabar com uma relação. No máximo, é razão para perguntar-se se a relação vale a pena.
[Contardo Calligari, Jornal Folha de São Paulo 04/09/2008]
Não sei se concordo com tudo (e, definitivamente, eu não toparia testar minha sanidade/nível de ciume numa casa de swing). Mas usei o texto ontem como calmante durante um ataque de ciúmes e quis compartilhar. O fato é que a maioria das minhas crises são infantis e me envergonham muito depois que passam.
3 de março de 2010
2 de março de 2010
Só por amor
Só por amor
Só por paixão
Só por você
Você que nunca disse não
Só por saber
Que o coração
Sabe demais
Que a razão não tem razão
Por você que foi só minha
Sem jamais pensar por quê
Por você que apenas tinha
Razões e mais razões para não ser
Só por amor
Só por amado
Só por amar
Meu amor, muito obrigado
Meu amor, muito obrigado
[Vinicius de Moraes]
E, sim, contrariando todas as leis da TPM, hoje eu estou absurdamente amorosa.
De gramática e de linguagem
“Substantivo (concreto) é tudo quanto indica
Pessoa, animal ou cousa: João, sabiá, caneta”.
Eu gosto é das cousas. As cousas, sim!. . .
As pessoas atrapalham. Estão em toda parte.
Multiplicam-se em excesso.
As cousas são quietas. Bastam-se. Não se metem com ninguém.
Uma pedra. Um armário. Um ovo. (Ovo, nem sempre,
Ovo pode estar choco: é inquietante. . .)
As cousas vivem metidas com as suas cousas.
E não exigem nada.
Apenas que não as tirem do lugar onde estão.
E João pode neste mesmo instante vir bater à nossa porta.
Para quê? não importa: João vem!
E há-de estar triste ou alegre, reticente ou falastrão,
Amigo ou adverso. . . João só será definitivo
Quando esticar a canela. Morre, João. . .
Mas o bom, mesmo, são os adjetivos,
Os puros adjetivos isentos de qualquer objeto.
Verde. Macio. Áspero. Rente. Escuro. Luminoso.
Sonoro. Lento. Eu sonho
Com uma linguagem composta unicamente de adjetivos
Como decerto é a linguagem das plantas e dos animais.
Ainda mais:
Eu sonho com um poema
Cujas palavras sumarentas escorram
Como a polpa de um fruto maduro em tua boca,
Um poema que te mate de amor
Antes mesmo que tu saibas o misterioso sentido:
Basta provares o seu gosto…
É pra lá que eu vou
À ponta do lápis o traço.
Onde expira um pensamento está uma idéia, ao derradeiro hálito de alegria uma outra alegria, à ponta da espada a magia – é para lá que eu vou.
Na ponta dos pés o salto.
Parece a história de alguém que foi e não voltou – é para lá que eu vou.
Ou não vou? Vou, sim. E volto para ver como estão as coisas. Se continuam mágicas. Realidade? eu vos espero. E para lá que eu vou.
Na ponta da palavra está a palavra. Quero usar a palavra “tertúlia” e não sei aonde e quando. À beira da tertúlia está a família. À beira da família estou eu. À beira de eu estou mim. É para mim que eu vou. E de mim saio para ver. Ver o quê? ver o que existe. Depois de morta é para a realidade que vou. Por enquanto é sonho. Sonho fatídico. Mas depois – depois tudo é real. E a alma livre procura um canto para se acomodar. Mim é um eu que anuncio.
Não sei sobre o que estou falando. Estou falando de nada. Eu sou nada. Depois de morta engrandecerei e me espalharei, e alguém dirá com amor meu nome.
É para o meu pobre nome que vou.
E de lá volto para chamar o nome do ser amado e dos filhos. Eles me responderão. Enfim terei uma resposta. Que resposta? a do amor. Amor: eu vos amo tanto. Eu amo o amor. O amor é vermelho. O ciúme é verde. Meus olhos são verdes. Mas são verdes tão escuros que na fotografia saem negros. Meu segredo é ter os olhos verdes e ninguém saber.
À extremidade de mim estou eu. Eu, implorante, eu a que necessita, a que pede, a que chora, a que se lamenta. Mas a que canta. A que diz palavras. Palavras ao vento? que importa, os ventos as trazem de novo e eu as possuo.
Eu à beira do vento. O morro dos ventos uivantes me chama. Vou, bruxa que sou. E me transmuto.
Oh, cachorro, cadê tua alma? está à beira de teu corpo? Eu estou à beira de meu corpo. E feneço lentamente.
Que estou eu a dizer? Estou dizendo amor. E à beira do amor estamos nós.