Ontem eu não acordei nos meus melhores dias e, tive que me controlar pra não jogar o despertador na parede, só não joguei porque era o celular (que nem meu é, 'roubei' da minha mãe já que o que eu tinha não servia nem como relógio mais).
Fui pro trabalho arrastada, com aquela preguiça que me é característica elevada a milésima potência e lá, tive que aguentar todas as amolações que não vou listar aqui pra que você não desista de ler minhas lamúrias assim tão rápido.
Durante todo o dia eu tentei melhorar a cara, juro, até fui ao salão na hora do almoço e pintei as unhas de azul pra levantar o astral, mas nada...
Quando já tinha desistido de mim, quando resolvi assumir a carranca e pronto, saí correndo pra casa pensando me trancar no quarto com um livro e alguma música chorosa que toca na hora que o casal se desentende na novela, foi aí que o destino, a vida ou Deus, alguém superior que estava me observando resolveu me dar uma lição.
Eis que eu tropeço num carrinho de bebê que estava sendo empurrado displecentemente por uma babá, quase eu não olho o rostinho da criança, mas reparei um aceno enquanto tentava me recompor pra voltar a correr. Era um menino muito bochechudo sorrindo e acenando pra mim, assim, do nada, sem nem me conhecer. Uma criança sorrindo pra alguém que não havia sequer dado 'bom dia' pras pessoas com quem trabalha e convive diariamente.
Foi aí que eu percebi que, mesmo que o meu mau humor tenha fundamento (até agora não encontrei nenhum, mas tudo bem), as coisas lá fora não deixam de ser bonitas. Mesmo que minha rotina esteja massacrando e eu mal veja a luz do sol daqui de dentro do escritório, ele nasce e se põe de forma magnífica todos os dias. Resolvi não voltar a correr.
Sorri de volta e acenei, pro menino e pra vida.
Aquele gesto me salvou de desistir, de secar, aquele pequeno gesto me salvou de mim.
E hoje?
Já estou bem melhor, obrigada.
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