Enfim chegou a época do ano em que a gente comemora o que deu certo, bebe pra esquecer o que deu errado, faz o balanço do que fez, do que ainda falta fazer e do que vai ficar pro próximo ano na lista de resoluções para 2009.
Confesso que comecei o ano com tão poucas expectativas que deveria ter aprendido a fumar em 2008, pra que em 2009 eu tivesse pelo menos o clichê 'parar de fumar' na minha listinha. E assim foi até o Carnaval, poucas decisões a tomar, barquinho na correnteza, do jeito que Deus quisesse, preguiça de pensar, preguiça de agir, quase uma preguiça de estar viva. Em março, quando o ano começa oficialmente aqui no nosso querido país tropical, começaram a aparecer alguns sinais de mudança. Mais trabalho, mais animação, mais correria. Mas, nem por isso, mais decisões, por quase meio ano eu permiti que as pessoas tomassem conta da minha vida por mim, até financeiramente. Um tormento, me perdi no meio de tanta opinião, e no final acho que nem sabia mais quem eu era no meio daquela asneira toda.
Aí vem julho, férias, casa de mãe, colo de vó, comida boa, piscina, cama, sofá. Saudade. Sim, saudade. Não da rotina, mas das pessoas.
Minha pausa no trabalho serviu para que eu percebesse a importância real de cada pessoa em minha vida. Tanto os velhos amigos, quanto os novos, tanto os colegas de trabalho quanto as pessoas que eu trouxe para o meu convívio pessoal, pensando de longe, foi mais fácil organiza-las (não que eu organize meus relacionamentos em prateleiras, mas descobri que cada pessoa tem uma função na nossa vida, e que o tamanho da lição que cada uma te ensina nem sempre é proporcional ao tamanho que ela ocupa em seu coração. Tomei uma rasteira do tamanho de um chifre esse ano, serviu de lição, mas essa pessoa, depois do balanço, foi para o limbo dos meus pensamentos, não significa mais nada pra mim). Também aprendi nas férias que Deus sempre manda um anjo da guarda pra gente. Nas piores horas, quando você pensa em desistir, o anjo aparece, com palavras doces, muito ombro e compreensão. Aí você continua sua caminhada.
Agora me confundi toda, no ano e no texto,
mas retomando o assunto saudade, melhor do que sentir falta das pessoas é quando AQUELA pessoa sente a sua falta.
Voltei pra Belo Horizonte renovada e consciente do meu valor. A Nayara de sempre, gostando de alguém como nunca, e agora disposta a tomar decisões.
Não sei se as pessoas facilitaram as coisas pra mim, se já estava tudo encaminhado mesmo, ou se o mundo estava só esperando o meu grito para conspirar ao meu favor. O fato é que depois da minha tomada de consciência tudo ficou mais fácil, mais claro e mais bonito. Passei um inverno gostoso, no aconchego do edredon de quem eu escolhi para ser meu pra toda a vida.
Agora que o verão chegou, e com ele os planos para o fim do ano, percebo que tudo valeu a pena. Cada silêncio e todas as palavras proferidas, todas as resignações, todo o choro, cada mensagem no meio da madrugada, cada briga, todos os sorrisos e os momentos de desespero, tudo em 2009 serviu de lição e crescimento.
Amadureci mais de uma década e só tenho a agradecer a esse ano do Sol, de Júpiter em Aquário, de transições, aprendizados e, no fim, de certezas e afirmações.
Agora, que venha 2010, dessa vez com planos, metas, sonhos e uma lista enorme de coisas a cumprir.
[Nayara Stacanelli, que nem gosta das festas de fim de ano, mas anda emotiva e sensibilizada pelo espírito natalino.]