...deixo você dormir profundamente, com muito gosto, e beijo seus zolhinhos só pra ver se alcanço os sonhos possíveis depois do pára-brisa ou da tormenta, colo, quero alcançá-los, mas chove perdigotos no cinesmascope, neblina na tela, avisto quase nada de Alice brincando numa neve alvissareira do rock, nem o chapeleiro aparece para dormir de touca, cafungo apenas outros sonhos de seu cangote mais lindo, donde marcha-ré, slow-motion de maré ao contrário,como lençóis artificiais de fellini, retorna minha menina, talvez no sonho que aluguei da balada do mar salgado, um sofista que caminhava como Moisés en la calle, volta para a manteiga de lata aviación dos desejos ou para o último tango com manteiga de garrafa, vem menina, talvez sem bilhete de vuelta, amém, o retorno de quem nunca devia ter partido, mas se for amor que fique até gastar o bigode de nietzsche, vixe, infindável vassoura de faxinas cujas árvores ainda choram o cabo das possíveis assepsias moralistas... ah, nega, esqueça essas filosofias baratas e madeirísticas e vamu fuder de verdade.
[Xico Sá]
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