8 de setembro de 2008

Amén, Xico Sá

Nossa Sra. dos que Amam Sozinho, perdoa-me pela insistência, nem mais é por tanto quere-la, é por deixar claro, nega que sopra das intimidades dessa oração, que só ela me faz passar da conta, perversa, cair no abismo mais lindo do gozo sem volta, como naquele encosto de beira de estrada, como na rodovia estrangeira de Sam Shepard, crônicas de motel, simbora

Nossa Sra. dos que só pensam Nela, cotovelos lanhados de tanta espera, tantos sustos nas ruas, nos bares, “é ela!!!”, Nossa Sra. Dos Cotovelos da Surpresa e das Janelas, cotovelos tão gastos, cinzas, peles, dobras, e tanta fome de viver aqui dentro, megalomaníaco, épico, terá sido a força dos indiferentes, meu velho Alberto Moravia?

É mesmo a paudurescência, nostalgia precoce das grandes histórias, o tempo inteiro, pensando, pensando, pensando, mas no fundo gostas!

Os joelhos lanhados pela romaria, devoção e insistência.

Nossa Sra. da Vida Alongada que consegue, nos seus exercícios de Kama Sutra, me levar à coisa mais sagrada.

Amor demorado, anjo exterminador da alcova!

Beijá-la demoradamente,como um cristão que dissolve na boca uma hóstia.

Homem-bomba que troca as 70 virgens de Alá somente por uma costela.

Lua cheia, vida crescente.

Escuto Le Déserteus, Boris Vian, leste?.

Nossa Senhora dos que sentem muito e amam sozinho, rogai por nós que recorremos a vós!

Nenhum comentário: