4 de dezembro de 2008

Só pra me contradizer um pouquinho.

Nosso amor só pode estar tirando onda da nossa cara, é o tipo de amor que sabe rir da nossa desgraça, um amor de rapariga da última luz vermelha do fim do mundo, um amor que não respeita as leis do cosmo, nosso amor é uma ficção barata, café puro, pão na chapa, nosso amor nem esfriou ainda o cadáver, acabou no auge, como a carreira de Pelé, como os Beatles, nosso amor era sábio. E como os amores reencarnam, muito cuidado, senhoras e senhores, nosso amor pode estar rondando aí a sua área e se multiplicando como pombos, ratos e gremlins. Prendam-no o criminoso, onde está a polícia que não vê uma coisa dessas, tio Nelson? Nosso amor, para ser mais exato, acabou hoje, em plena Sexta-Feira da Paixão: sentimento que costuma alimentar os inícios, jamais os finais. Vai entender esse troço, nossos dialéticos corazones batiam o bumbo das contradições. O fato, amigo, é que nosso amor era mais bacana e menos apressado do que nós dois juntos!

[Xico Sá]

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