Lamente longe por favor,
Chore sem fazer barulho.
Cazuza
Chore sem fazer barulho.
Cazuza
Hoje eu descobri que essa relação nunca permitiu plural. Não existe a nossa música, o que existe é aquela musica que me lembra você. Não existe o nosso lugar, existe a sua cama, aquela que às vezes você me permite deitar para o seu prazer. E eu tentei transformar essa realidade na minha, ver com seus olhos pra entender suas loucuras, reprimir meu lado egoísta. Troquei a Nayara reticente pela Nayara que termina as frases. Exercitei a minha paciência pela esperança de um dia te ter por inteiro. Me forcei a ser madura e aceitar não cobrar, não me importar e não dar chilique como se fosse natural. Não é natural! Eu não sei não ter ciumes, não sei sorrir para uma decepção, não sei dividir. E já tentei todos os truques pra não demonstrar minha fraqueza, só pra tentar te ter mais um pouquinho.
Eu nunca quis te mudar, afinal de contas, foi por esse seu jeito despreocupado, virado e tarado que eu me apaixonei. Mas sinto falta de algumas certezas. Não sou segura o suficiente pra ir embora e te deixar dormindo. Morro de medo de você acordar e nem ao menos lembrar com quem esteve. E odeio quando você não responde as minhas mensagens ou não me atende, essas coisas me diminuem. Me sinto colocada na vala comum, na gaveta das 'dou uns pegas'. Queria poder falar na NOSSA música, da NOSSA aventura no banco de trás de um carro em plena contorno e de todas as coisas que já fizemos juntos.
Mas ao invés de tentar me convencer de que eu não sou só mais uma, você insiste em me lembrar o tempo todo que esse sentimento é só meu, e que a sua vida não tem lugar pra mais um.
Parabéns, hoje você me convenceu.
Sabe qual é meu sonho secreto? Que um dia você perceba que poderia ter aproveitado melhor a minha companhia. Que um dia imagine o quanto teria sido ótimo estar ao meu lado, mesmo quando eu estava gripada. No entanto, sei que você está a cada dia que passa mais fugidio. E eu me limito a me surpreeender com as circunstâncias da vida. Que me levaram a viver esse papel: o da mulher que quer mais um pouquinho. Constrange-me existir nesse personagem Chico Buarque, dolorida, bonita sendo assim, meio tonta, meio insistente, até meio chata. Nunca precisei aborrecer ninguém antes, então atuo por instinto, cansando-me facilmente. E que fique claro que não é por estar você dessa forma, tão esquivo, que o desejo tanto. Desejo-o porque desejo. Estúpida. Latina. Bethânia. Ainda creio que você, quando eu menos esperar, possa me chegar com um VERSO DE ATITUDE.
Fernanda Young - Aritmetica
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