kali Se entre si rangerem aos trancos Se ao verem os teus olhos assim tão fulgentes, E se os lábios meus, num traço tangente, Não será ódio, querida, creia, Será o mergulho no mar profundo Não será a onda, mas a areia.
Esses meus dentes francos
Ao verem a luz dos teus, rentes e brancos,
Esses olhos meus em brilhos pungentes
Contra as pálpebras se apertarem
Num aperto demente
Ao verem os teus em risos contentes
Um contra outro se morderem
Numa mordida latente,
Nem amor, querendo, descreia.
Será perda do que eu não tive,
Tua fuga de minha teia.
De um ser que bem que se quis assim tão fundo,
Ser fantástico que encantou,
Mas pesca arisca, escapou.
Um peixe quase inteiro, um mulher meia.
Não será o mar por onde agora vagueias,
Mas o deserto onde a ânsia serpenteia.
Não será ódio que incendeia,
Nem amor que me fogueia
Serão ciúmes, sereia.
13 de agosto de 2008
POEMA DO CIÚME
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